Como funciona o Seguro de Vida para funcionários? (Guia para o RH e para o Colaborador)

Como funciona o Seguro de Vida para funcionários? (Guia para o RH e para o Colaborador)

Você provavelmente recebeu um documento na sua admissão chamado "Certificado de Seguro de Vida" ou algo parecido. Assinou junto com outros quinze papéis, guardou na gaveta (ou nem guardou) e nunca mais pensou nisso. Se esse é o seu caso, você não está sozinho. A maioria dos funcionários brasileiros tem seguro de vida oferecido pela empresa e não faz a menor ideia de como funciona.

Diferente do vale-transporte, que você usa todos os dias, ou do vale-refeição, que resolve o almoço, o seguro de vida é uma proteção silenciosa. Ele fica ali, invisível, até que aconteça algo realmente grave. E é justamente por isso que tanta gente ignora: ninguém gosta de pensar em tragédias.

O problema é que essa falta de informação faz com que muitos funcionários não valorizem adequadamente esse benefício, não saibam quem são os beneficiários, e às vezes descubram tarde demais que estavam protegidos (ou que não estavam como imaginavam).

Este guia existe para desmistificar o "juridiquês" da apólice e mostrar uma coisa importante: o seguro de vida empresarial não protege apenas sua família em caso de morte. Ele pode proteger você, em vida, em diversas situações que provavelmente nem imagina.

O Conceito Básico: O que é uma Apólice em Grupo?

Antes de entrar nos detalhes de cobertura, você precisa entender o que diferencia o seguro de vida empresarial (também chamado de seguro em grupo) de um seguro individual que você contrataria por conta própria.

Quando a empresa oferece seguro de vida, ela não está comprando uma apólice separada para cada funcionário. Na verdade, existe um único contrato entre a empresa (chamada tecnicamente de "estipulante") e a seguradora. Esse contrato cobre todas as pessoas da equipe (os "segurados").

Pense nisso como uma compra no atacado. Em vez de cada funcionário negociar individualmente com a seguradora, a empresa negocia em nome de todos. E essa diferença traz vantagens enormes:

1. Custo drasticamente menorQuando você dilui o risco entre dezenas ou centenas de pessoas, o prêmio individual cai muito. Um seguro que custaria R$ 150 a R$ 300 por mês se contratado individualmente, custa entre R$ 10 e R$ 20 quando oferecido pela empresa.

2. Aceitação facilitadaA maioria das apólices empresariais não exige aquela bateria de exames médicos que você precisaria fazer em um seguro individual. A seguradora avalia o grupo como um todo, não cada pessoa isoladamente. Isso significa que mesmo quem tem condições pré-existentes geralmente consegue ser incluído.

3. Agilidade na contrataçãoVocê não precisa preencher questionários intermináveis de saúde, aguardar análise de risco individual, ou passar por períodos de carência extensos. A inclusão é rápida e, em muitos casos, a cobertura começa imediatamente.

É por isso que o seguro de vida empresarial é um dos benefícios com melhor custo-benefício que uma empresa pode oferecer. O valor que o funcionário receberia em indenização é alto (geralmente dezenas de milhares de reais), mas o custo para a empresa é proporcionalmente baixo.

Quem paga a conta? (Contributário vs. Não Contributário)

Essa é uma das dúvidas mais comuns: o seguro de vida desconta do meu salário ou a empresa paga tudo?

A resposta depende do modelo escolhido pela sua empresa:

Modelo Não Contributário (Mais Comum)

Nesse formato, a empresa assume 100% do custo do seguro como parte do pacote de benefícios. Você não vê nenhum desconto no contracheque. É um benefício totalmente gratuito para o funcionário, assim como geralmente são o plano de saúde básico ou o vale-alimentação.

A maioria das empresas adota esse modelo porque:

  • É mais simples administrativamente (não precisa calcular descontos individuais)
  • Tem maior impacto no pacote de benefícios (o funcionário percebe como um presente real da empresa)
  • Garante 100% de adesão automaticamente

Modelo Contributário ou Misto

Aqui, o funcionário paga uma parte do custo, geralmente através de desconto em folha. Esse modelo é menos comum, mas pode acontecer em duas situações:

  1. Quando a empresa oferece uma cobertura básica gratuita e dá a opção de o funcionário contratar coberturas adicionais pagando a diferença
  2. Quando a apólice é muito robusta e a empresa divide o custo com a equipe

Detalhe importante: quando há desconto em folha, a adesão geralmente é opcional (você pode escolher se quer ou não), exceto se a Convenção Coletiva de Trabalho da sua categoria tornar o seguro obrigatório.

Dica para quem trabalha em RH:

Deixe absolutamente claro para os funcionários qual é o modelo da empresa. Se for não contributário (gratuito), reforce isso na apresentação do benefício. Muita gente não valoriza o seguro porque não percebe que está recebendo gratuitamente algo que custaria caro se contratasse sozinho.

Se for contributário com desconto em folha, certifique-se de que o holerite especifique claramente o valor e a descrição do desconto, para evitar confusões.

O que o seguro cobre? (Muito além da Morte)

Aqui está o maior equívoco sobre seguro de vida: achar que ele só serve para quando você morre. Essa é apenas uma das coberturas, e dependendo da apólice, pode nem ser a mais importante.

Vamos destrinchar as principais coberturas que normalmente fazem parte de um bom seguro de vida empresarial:

1. Morte por Qualquer Causa

Essa é a cobertura básica que todo mundo conhece. Se o segurado falecer, independentemente da causa (doença, acidente, causa natural), os beneficiários indicados recebem o valor da indenização.

Importante: a causa da morte não precisa ter relação com o trabalho. Pode ser um acidente de carro no fim de semana, uma doença súbita, ou qualquer outra circunstância. A cobertura é ampla.

Os valores típicos variam conforme a empresa e a CCT, mas geralmente ficam entre R$ 30.000 e R$ 100.000.

2. Invalidez Permanente por Acidente (IPA)

Essa cobertura é extremamente importante e muita gente nem sabe que tem. Se você sofrer um acidente (no trabalho, em casa, no trânsito, no lazer, tanto faz) e ficar com sequelas permanentes, você mesmo recebe a indenização, em vida.

Exemplos de situações cobertas:

  • Perda total ou parcial de um membro (braço, perna, dedos)
  • Perda de visão de um ou ambos os olhos
  • Perda de audição
  • Sequelas neurológicas permanentes
  • Lesões na coluna que causam limitações permanentes
  • Queimaduras graves com sequelas

O valor pago é proporcional ao grau da invalidez, seguindo a tabela da SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Por exemplo:

  • Perda completa de uma das mãos: 70% do capital segurado
  • Perda completa de visão de um olho: 50% do capital segurado
  • Perda completa de um polegar: 25% do capital segurado

Essa cobertura é fundamental porque, diferentemente da morte, aqui você está vivo mas sem condições de trabalhar como antes. É quando você mais precisa de suporte financeiro para adaptar sua vida à nova realidade.

3. Invalidez Funcional Permanente por Doença (IFPD) ou Doenças Graves (DG)

Algumas apólices mais completas também cobrem invalidez causada por doença, não apenas por acidente. Se você desenvolver uma condição de saúde que te impeça permanentemente de trabalhar (AVC com sequelas graves, doenças degenerativas, etc.), pode receber a indenização.

Outras apólices oferecem cobertura específica para diagnóstico de doenças graves como:

  • Câncer
  • Infarto agudo do miocárdio
  • AVC
  • Insuficiência renal crônica
  • Transplante de órgãos vitais

Nesse caso, você recebe a indenização logo após o diagnóstico confirmado, podendo usar o dinheiro para custear tratamentos, adaptar sua casa, ou simplesmente ter uma reserva financeira durante o período crítico.

4. Auxílio Funeral

Esse pode parecer o benefício menos importante, mas na prática é um dos mais úteis no momento mais difícil. Quando alguém falece, a família precisa arcar imediatamente com despesas de sepultamento que facilmente ultrapassam R$ 5.000 a R$ 10.000.

O auxílio funeral cobre essas despesas, aliviando a família de ter que desembolsar dinheiro em um momento de luto. Geralmente o valor fica entre R$ 3.000 e R$ 8.000, dependendo da apólice.

A grande vantagem é que esse pagamento costuma ser mais rápido que a indenização principal, justamente porque a família precisa urgentemente.

5. Coberturas Adicionais (Dependem da Apólice)

Algumas apólises mais robustas incluem ainda:

  • Diárias por incapacidade temporária (pagamento diário enquanto você está afastado do trabalho por acidente)
  • Cestas básicas para a família em caso de afastamento prolongado ou morte
  • Assistência funeral estendida (incluindo serviços completos, não apenas reembolso)

Quem recebe o dinheiro? (Os Beneficiários)

Essa é outra área cheia de mitos e confusões. Vamos esclarecer as regras de uma vez por todas.

A Regra de Ouro: Você Escolhe

O funcionário segurado tem liberdade total para indicar quem quiser como beneficiário. Não precisa ser seu cônjuge, não precisa ser seus filhos, não precisa seguir nenhuma ordem de herdeiros legais.

Você pode indicar:

  • Sua mãe ou seu pai
  • Seus irmãos
  • Seus filhos (mesmo os maiores de idade)
  • Seu parceiro ou parceira (mesmo que não sejam casados oficialmente)
  • Um amigo próximo
  • Até mesmo uma instituição de caridade

E você pode dividir os percentuais como quiser:

  • 100% para uma pessoa
  • 50% para o cônjuge e 50% divididos entre os filhos
  • 70% para a mãe e 30% para o irmão
  • Qualquer combinação que faça sentido para você

E se eu não indicar ninguém?

Aqui está a pegadinha que muita gente não sabe. Se você não preencher a indicação de beneficiários (ou se os indicados não puderem receber, por terem falecido antes), a lei determina que o valor seja pago seguindo o Código Civil:

  • 50% para o cônjuge ou companheiro
  • 50% dividido entre os herdeiros legais (filhos, pais, irmãos, nessa ordem)

O problema é que isso pode não representar sua vontade real. Se você está separado de fato mas ainda casado oficialmente, seu ex-cônjuge pode receber metade. Se você tem um filho de um relacionamento anterior com quem não tem contato, ele terá direito à parte da herança.

A Importância de Manter Atualizado

Aqui está uma situação real que acontece com frequência: um funcionário indica a esposa como beneficiária na admissão. Anos depois, divorcia-se e casa novamente, mas nunca atualiza os beneficiários no RH. Quando falece, a primeira esposa (que ainda estava registrada) recebe a indenização, causando conflitos familiares enormes.

Situações que exigem atualização imediata:

  • Casamento ou união estável
  • Divórcio ou separação
  • Nascimento de filhos
  • Falecimento de um beneficiário indicado
  • Reconciliação com familiares de quem estava afastado

Dica Prática:

Pelo menos uma vez por ano (ou sempre que houver mudança significativa na vida), procure o RH e verifique se os beneficiários indicados ainda refletem sua vontade. É um processo simples, geralmente basta preencher um formulário, e pode evitar problemas gigantescos no futuro.

O que acontece se eu sair da empresa?

Essa é uma dúvida frequente e a resposta é direta, mas nem sempre agradável: quando você é desligado da empresa (seja por demissão, pedido de demissão, ou fim de contrato), você automaticamente sai da apólice coletiva e perde a cobertura.

Não importa se você trabalhou lá por 10 anos ou 10 meses. No momento do desligamento, a proteção cessa.

Mas e o dinheiro que "paguei" durante todo esse tempo?

Aqui está outro ponto que gera confusão: o seguro de vida em grupo não tem resgate. Não é como uma previdência privada ou um seguro com capitalização, onde você acumula um valor que pode sacar depois.

O seguro de vida funciona como o seguro do seu carro: você paga pela proteção durante aquele período específico. Se nada acontecer (felizmente), o dinheiro serviu para garantir sua tranquilidade durante aquele tempo. Não há devolução de valores.

Isso não é desvantagem, é simplesmente a natureza desse tipo de seguro. O valor que você (ou a empresa) paga é justamente para transferir o risco para a seguradora. Se algo acontecer, você ou sua família receberão dezenas de milhares de reais. Se não acontecer, você teve paz de espírito durante todo o período.

E se eu quiser manter a proteção depois de sair?

Algumas seguradoras oferecem a opção de "portabilidade" ou continuação individual do seguro, mas geralmente:

  • O custo sobe significativamente (você perde a vantagem da negociação em grupo)
  • Pode exigir novos exames médicos e análise de risco individual
  • Não é obrigatório que a seguradora ofereça essa opção

A melhor solução, se você vai ficar um período desempregado ou como autônomo, é cotar um seguro de vida individual para não ficar descoberto. Os valores serão mais altos que o empresarial, mas ainda vale a pena manter alguma proteção.

Como acionar o seguro? (Passo a Passo para o Beneficiário)

Ninguém gosta de pensar nesse momento, mas é importante que tanto o funcionário quanto os familiares saibam como proceder caso seja necessário acionar o seguro.

Passo 1: Entre em Contato com o RH da Empresa

O primeiro contato sempre deve ser com o departamento de Recursos Humanos da empresa onde a pessoa trabalhava. Não tente contatar diretamente a seguradora, porque o RH tem as informações completas da apólice e vai facilitar todo o processo.

Se a empresa trabalha com uma corretora especializada (como a Lifebis), o RH vai direcionar a família para que os profissionais da corretora auxiliem em todo o processo.

Passo 2: Reúna a Documentação Necessária

A documentação varia conforme o tipo de sinistro, mas geralmente inclui:

Para morte:

  • Certidão de óbito (original ou cópia autenticada)
  • RG e CPF do falecido
  • RG, CPF e comprovante de endereço dos beneficiários
  • Certidão de casamento (se o beneficiário for cônjuge)
  • Certidão de nascimento (se os beneficiários forem filhos)

Para invalidez por acidente:

  • Laudo médico detalhando as lesões e o grau de invalidez
  • Boletim de ocorrência (se aplicável)
  • RG e CPF do segurado
  • Comprovante de endereço
  • Dados bancários para recebimento

Para doenças graves:

  • Laudo médico com o diagnóstico completo
  • Exames que comprovam a doença
  • RG e CPF do segurado
  • Dados bancários

Passo 3: Aguarde a Análise da Seguradora

Após a entrega de toda a documentação completa e correta, a seguradora tem um prazo legal de até 30 dias para analisar o caso e efetuar o pagamento.

Na prática, quando a documentação está em ordem e o caso é claro (sem necessidade de investigações adicionais), muitas seguradoras pagam em 10 a 15 dias.

Passo 4: Recebimento da Indenização

O pagamento é feito diretamente na conta bancária dos beneficiários, seguindo os percentuais indicados pelo segurado.

O dinheiro não passa pela empresa, não tem incidência de imposto de renda, e não entra em inventário (no caso de morte). É um recurso totalmente livre para os beneficiários usarem como precisarem.

Situações que podem atrasar o pagamento:

  • Documentação incompleta ou com erros
  • Necessidade de investigação adicional (em casos suspeitos de fraude)
  • Divergências entre os beneficiários sobre a divisão
  • Falta de indicação clara de beneficiários (nesse caso pode ser necessário processo judicial)

Dica Importante:

Durante todo esse processo, o RH ou a corretora devem manter os beneficiários informados sobre o andamento. Se você está aguardando um pagamento e passaram-se mais de 30 dias sem resposta definitiva, entre em contato novamente e solicite atualização do status.

Segurança para quem trabalha

Se você é funcionário e está lendo isso, espero que agora entenda melhor o que significa aquele certificado que você guardou na gaveta. O seguro de vida empresarial não é apenas mais um papel burocrático. É uma proteção real, que pode fazer uma diferença gigantesca para você ou para sua família nos momentos mais difíceis.

Valorize esse benefício. Se você fosse contratar essa mesma proteção individualmente, pagaria facilmente de R$ 150 a R$ 300 por mês. Sua empresa está oferecendo isso gratuitamente (ou por um valor muito reduzido).

E lembre-se das ações práticas que você deve tomar:

  • Verifique se seus beneficiários estão atualizados
  • Guarde seu certificado em lugar seguro e informe à família onde ele está
  • Leia as condições da sua apólice para saber exatamente o que está coberto
  • Atualize os beneficiários sempre que houver mudanças importantes na vida

Se você trabalha em RH, use este guia na integração de novos funcionários. O seguro de vida é um dos benefícios mais valiosos que a empresa oferece, mas ele só tem impacto real quando as pessoas entendem como funciona.

Dedique 15 minutos no onboarding para explicar:

  • O que está coberto (enfatize que não é só morte)
  • Quanto valeria se contratassem individualmente
  • A importância de indicar beneficiários
  • Como atualizar as informações

Funcionários que entendem seus benefícios valorizam mais a empresa, ficam mais tempo, e têm maior engajamento.

Sua empresa ainda não oferece seguro de vida ou está pagando valores muito altos por coberturas básicas?

A Lifebis trabalha com as melhores seguradoras do mercado e consegue coberturas robustas com valores a partir de R$ 10 por funcionário. Fazemos toda a gestão da apólice, auxiliamos no processo de sinistros, e garantimos que tanto o RH quanto os funcionários entendam perfeitamente como tudo funciona.

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