Cartão Multibenefícios: O Guia Definitivo dos Benefícios Flexíveis para Empresas (2026)

Cartão Multibenefícios: O Guia Definitivo dos Benefícios Flexíveis para Empresas (2026)

Lembra quando seu funcionário precisava carregar três, quatro cartões diferentes na carteira? Um para o mercado, outro para o restaurante, mais um para o combustível... Uma verdadeira confusão que gerava dor de cabeça tanto para o RH quanto para os colaboradores.

Felizmente, essa época ficou para trás.

O cartão multibenefícios chegou para revolucionar a gestão de benefícios corporativos no Brasil. Em um único plástico (geralmente com bandeira Visa ou Mastercard), seu time tem acesso a múltiplas categorias de benefícios — com a liberdade de escolher onde gastar, mas sem perder o controle fiscal que sua empresa precisa.

Neste guia completo, você vai descobrir como funciona a tecnologia de "saldos separados", entender de uma vez por todas as regras do PAT (aquele "fantasma" que tira o sono de muito RH), e comparar os principais players do mercado para fazer a escolha certa.

Vamos direto ao ponto: se você quer modernizar os benefícios da sua empresa sem correr riscos jurídicos, este é o conteúdo que estava faltando.

O que é um Cartão Multibenefícios? (O Conceito das "Gavetas Digitais")

Imagine que o cartão multibenefícios é como um armário com várias gavetas. Embora seja fisicamente um cartão só, o dinheiro não está misturado — cada categoria de benefício fica em sua própria "gaveta digital" separada.

A tecnologia por trás da magia

O segredo está no MCC (Merchant Category Code), um código que identifica o tipo de estabelecimento onde você está fazendo a compra. É assim que funciona:

  • Passou no supermercado? O sistema reconhece o MCC de alimentação e desconta automaticamente do saldo de Vale-Alimentação.
  • Pagou uma corrida de Uber? Entra o MCC de transporte, e o valor sai do saldo de Mobilidade.
  • Comprou remédio na farmácia? O cartão identifica e usa o saldo de Saúde.

Tudo isso acontece em segundos, de forma transparente e automática.

A grande vantagem: aceitação universal

Aqui está o diferencial que mudou o jogo: como esses cartões usam bandeiras tradicionais (Visa, Mastercard, Elo), eles são aceitos praticamente em qualquer lugar do Brasil.

Acabou aquela frustração de chegar no estabelecimento e ouvir: "Desculpa, aqui não aceita esse cartão."

Até maio de 2023, apenas empresas com arranjo fechado podiam fazer parte do PAT, limitando onde os trabalhadores poderiam usar seus benefícios. Com a mudança na legislação, o Decreto 11.678 permitiu a inclusão de arranjos abertos, trazendo impactos positivos tanto para fintechs quanto para funcionários.

Segurança Jurídica: Desvendando o "Fantasma" do PAT

Essa é provavelmente a seção mais importante deste guia — especialmente se você trabalha no RH e fica acordado à noite pensando: "será que estamos fazendo isso de forma legal?"

O dilema que não quer calar

"Posso deixar o funcionário transferir dinheiro do almoço para pagar a Netflix?"

A resposta é NÃO. E aqui está o porquê.

O que é o PAT e por que ele importa

O Programa de Alimentação do Trabalhador é uma iniciativa do governo federal criada pela Lei nº 6.321 de 1976, que oferece incentivos fiscais para empresas que fornecem alimentação adequada aos seus colaboradores.

O objetivo? Melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores através de uma alimentação equilibrada.

As regras de ouro (que você NÃO pode quebrar)

Os benefícios de alimentação e refeição não podem ser unificados ou flexibilizados — os valores precisam estar em contas segregadas, conforme a regulamentação do PAT.

Em termos práticos, existem práticas permitidas e proibidas que você precisa conhecer para não cair em armadilhas jurídicas:

O QUE VOCÊ PODE FAZER:

Usar o saldo de Alimentação em estabelecimentos específicos: Supermercados, quitandas, hortifrútis, açougues e mercearias estão liberados. A lógica é simples: qualquer lugar onde o colaborador compre alimentos para preparar em casa entra nessa categoria. Isso inclui até mesmo compras em aplicativos de supermercado como Rappi Mercado ou Cornershop.

Usar o saldo de Refeição para alimentação pronta: Restaurantes, lanchonetes, padarias, food trucks e aplicativos de delivery como iFood e Uber Eats aceitam essa modalidade. A diferença fundamental é que aqui estamos falando de comida pronta para consumo imediato, não de ingredientes para preparar depois.

Transferir saldo entre categorias flexíveis: Aqui está a verdadeira flexibilidade do sistema. Se você tem R$ 200,00 em Mobilidade mas está trabalhando de casa essa semana, pode transferir parte desse valor para Home Office e usar na conta de internet. O mesmo vale para Cultura, Saúde e outras categorias não reguladas pelo PAT. A transferência geralmente é instantânea pelo app.

O QUE É ABSOLUTAMENTE PROIBIDO:

Sacar o dinheiro de Alimentação/Refeição em espécie: Essa é a regra número um do PAT. O benefício foi criado especificamente para garantir que o trabalhador tenha acesso à alimentação adequada, não para ser um "bônus salarial disfarçado". Se sua empresa permitir saques desses valores, está cometendo fraude fiscal e pode perder todos os benefícios tributários do programa, além de enfrentar multas pesadas.

Transferir valores de Alimentação/Refeição para outras categorias: Não importa se o colaborador está dizendo que "já tem comida em casa" e preferiria usar para pagar o Uber. A lei não permite essa transferência. Os saldos de alimentação são intocáveis e devem permanecer segregados até serem gastos nos estabelecimentos corretos.

Usar para finalidades diferentes de alimentos: Alguns estabelecimentos vendem tanto comida quanto outros produtos. Por exemplo, um supermercado que tem seção de eletrônicos. O sistema de MCC geralmente bloqueia compras fora da categoria alimentar automaticamente, mas se houver alguma brecha e o colaborador conseguir comprar um fone de ouvido com o cartão de alimentação, isso configura uso indevido e a empresa pode ser responsabilizada.

O que mudou em 2025?

Em novembro de 2025, o governo publicou o Decreto 12.712/2025, estabelecendo que a taxa cobrada dos estabelecimentos não pode ultrapassar 3,6%, com tarifa de intercâmbio limitada a 2%.

Além disso, foi estabelecida a interoperabilidade plena entre bandeiras em até 360 dias, permitindo que qualquer cartão funcione em qualquer maquininha, e o prazo de repasse aos estabelecimentos foi reduzido para 15 dias.

O grande risco que você precisa conhecer

A utilização indiscriminada do cartão multibenefícios sem observação dos cuidados essenciais pode configurar fraude à legislação tributária e trabalhista, sujeitando o empregador a ações judiciais e autuações da Receita Federal.

A boa notícia? Os cartões modernos têm tecnologia para bloquear automaticamente transações fora das categorias permitidas. Você só precisa escolher um fornecedor confiável.

Quais Categorias de Benefícios Você Pode Oferecer?

Agora vamos ao que interessa: o menu completo de possibilidades que o cartão multibenefícios oferece.

1. Alimentação e Refeição (Travado por lei)

Onde usar: Supermercados, mercearias, açougues, hortifrútis, restaurantes, lanchonetes, padarias, aplicativos de delivery de comida.

Regra: Este é o saldo mais regulado. Não pode ser transferido para outras categorias nem sacado.

Por que oferecê-lo: Mais de 22 milhões de trabalhadores são contemplados pelo PAT no Brasil, e empresas inscritas no programa podem deduzir até o dobro do investimento no Imposto de Renda.

2. Mobilidade e Transporte

Onde usar: Postos de combustível, estacionamentos, pedágios, Uber, 99, aplicativos de transporte, passes de metrô/ônibus, aluguel de bicicletas.

Flexibilidade: Este saldo pode ser transferido entre categorias flexíveis (exceto para Alimentação/Refeição).

Para quem funciona melhor: Empresas com equipes híbridas ou colaboradores que precisam se deslocar para reuniões externas.

3. Home Office e Infraestrutura

Onde usar: Contas de luz, internet, móveis e equipamentos de escritório, papelaria, cadeiras ergonômicas.

Por que surgiu: O cartão multibenefícios ganhou força a partir de 2020, quando o IBGE apontou que 7,9 milhões de brasileiros trabalhavam de casa, criando demanda por benefícios mais flexíveis.

Dica prática: Este é um dos benefícios mais valorizados pela Geração Z, que busca autonomia e flexibilidade.

4. Saúde e Bem-Estar

Onde usar: Farmácias, clínicas médicas, psicólogos, academias (incluindo Gympass e TotalPass), aplicativos de saúde mental.

Impacto: Segundo o relatório da Global Corporate Health and Wellness Research, iniciativas voltadas ao bem-estar podem aumentar a produtividade em até 25%.

Tendência 2025: 75% das empresas brasileiras já adotavam programas flexíveis de benefícios em 2023, com forte foco em saúde mental.

5. Cultura e Educação

Onde usar: Livrarias, cinemas, teatros, museus, cursos online, plataformas de streaming educacional, eventos culturais.

O diferencial: Colaboradores engajados culturalmente tendem a ser mais criativos e satisfeitos com o trabalho.

6. Saldo Livre (Premiação)

Onde usar: Qualquer estabelecimento.

Atenção: Este é o único saldo que pode ser sacado, MAS tem incidência de encargos trabalhistas (INSS, FGTS) se não for caracterizado como prêmio pontual por desempenho.

Uso recomendado: Bonificações esporádicas por metas atingidas, não como benefício mensal fixo.

Por que Sua Empresa e Seus Colaboradores Vão Amar

Vantagens para a Empresa

1. Gestão centralizada e menos burocracia

Imagine a rotina do RH antes dos cartões multibenefícios: você precisava fazer cotação com quatro fornecedores diferentes, negociar taxas separadamente, gerenciar múltiplos contratos com prazos e condições distintas, reconciliar vários boletos todo mês, e ainda lidar com o caos logístico de encomendar, receber e distribuir cartões de bandeiras diferentes.

Agora? Um único fornecedor, uma plataforma integrada, um boleto mensal. Você carrega todos os saldos de uma vez e o sistema distribui automaticamente pelas categorias que você configurou. A reconciliação financeira que levava horas agora leva minutos. É a diferença entre gerenciar um pequeno condomínio de contratos versus ter tudo sob um único teto administrativo.

2. Redução real de custos operacionais

Aqui não estamos falando apenas de economia direta com taxas menores (embora isso também seja verdade — muitas startups oferecem taxa zero para a empresa). O grande ganho está no custo oculto que ninguém contabiliza: o tempo do seu time de RH.

Pense no cenário real: sua analista de RH gastava cerca de 8 horas por mês só gerenciando fornecedores de benefícios — pedindo cartões, resolvendo problemas de recarga, atendendo dúvidas de colaboradores sobre "qual cartão usar onde", fazendo relatórios separados para cada categoria. Se o salário dela é R$ 5.000,00, isso representa aproximadamente R$ 1.250,00 em horas de trabalho todo mês que poderiam ser investidas em atividades estratégicas como recrutamento, treinamento ou cultura organizacional.

Com o cartão multibenefícios, esse tempo cai para menos de 2 horas mensais. É um ganho de produtividade de 75% que impacta diretamente o resultado da empresa.

3. Atração de talentos de verdade

Segundo estudo da Robert Half, 97% dos profissionais afirmam levar os benefícios corporativos em consideração para aceitar ou não uma proposta de emprego. Mas aqui está o ponto crucial que muitas empresas ainda não entenderam: não é só sobre QUANTO você oferece, mas sobre COMO você oferece.

Dois cenários reais para você comparar: a Empresa A oferece R$ 800,00 em vale-alimentação fixo, sem nenhuma flexibilidade. A Empresa B oferece os mesmos R$ 800,00, mas divide em R$ 500,00 de alimentação (obrigatório) + R$ 300,00 flexíveis que o colaborador pode alocar entre mobilidade, saúde, cultura ou home office conforme sua necessidade do momento.

Qual empresa você acha que um profissional de 28 anos vai escolher? A resposta é óbvia. A Geração Z, especialmente, não negocia: eles querem flexibilidade ou nem aceitam a vaga. E não é birra — é uma expectativa legítima de quem cresceu em um mundo onde você personaliza tudo, desde sua playlist no Spotify até as notificações do celular.

4. Incentivos fiscais significativos

Para empresas cadastradas no PAT, os valores pagos em Alimentação e Refeição têm isenção de encargos como FGTS e INSS, reduzindo o custo total da folha. Vamos aos números práticos: se você paga R$ 500,00 de vale-alimentação para cada um dos seus 30 funcionários, estamos falando de R$ 15.000,00 por mês.

Sem estar no PAT, sobre esse valor incidiria FGTS (8%) e INSS patronal (podendo chegar a 28,8% dependendo do enquadramento). Isso representaria cerca de R$ 5.520,00 em encargos adicionais por mês, ou R$ 66.240,00 por ano. Com o PAT ativo e utilizando o cartão multibenefícios corretamente, você economiza esse valor inteiro enquanto ainda oferece um benefício melhor para seus colaboradores.

É literalmente um cenário onde todos ganham: a empresa paga menos encargos, o colaborador recebe um benefício mais flexível e moderno, e o governo atinge seu objetivo de melhorar a alimentação dos trabalhadores brasileiros.

Vantagens para o Colaborador

1. Liberdade real de escolha

Aqui está a mudança de paradigma mais importante: pela primeira vez, seu funcionário tem autonomia verdadeira sobre como usar seus benefícios. Não é a empresa ditando que ele precisa gastar X reais no restaurante e Y reais no mercado — ele decide.

Se João prefere cozinhar em casa todos os dias e raramente come fora, ele pode concentrar mais recursos no saldo de Alimentação e usar menos Refeição (dentro dos limites que a empresa configurar). Se Maria está pegando o metrô esse mês e não vai usar o carro, ela pode transferir o saldo de Mobilidade para pagar academia ou terapia.

Parece simples, mas esse nível de autonomia tem um impacto profundo na satisfação. Quando as pessoas sentem que têm controle sobre aspectos da sua vida profissional, o engajamento aumenta significativamente. É psicologia básica: autonomia é um dos três pilares da motivação humana, junto com competência e pertencimento.

2. Aceitação praticamente universal

Lembra daquela situação constrangedora? Você está no caixa do mercado, com as compras todas passadas, e a atendente diz: "Desculpa, aqui a gente não aceita esse cartão." Você olha para a fila atrás de você, se sente um idiota, e precisa pagar com seu dinheiro mesmo tendo benefício disponível.

Com cartões multibenefícios de bandeira Visa ou Mastercard, isso praticamente não acontece mais. Essas bandeiras são aceitas em mais de 4 milhões de estabelecimentos só no Brasil. É a mesma aceitação do seu cartão de crédito pessoal. Mercadinho de bairro? Aceita. Restaurante novo que acabou de abrir? Aceita. Food truck na rua? Aceita.

A diferença prática é que o colaborador para de se preocupar com "onde posso usar" e passa a focar simplesmente em "o que eu preciso". Essa paz de espírito vale mais do que parece nos relatórios financeiros.

3. App intuitivo e prático

As plataformas modernas de cartão multibenefícios não são apenas "funcionais" — elas foram desenhadas por times de UX/UI que entendem o que torna uma experiência digital realmente boa. Você abre o app e em dois segundos vê todos os seus saldos separados por categoria, com código de cores e ícones intuitivos.

Precisa transferir R$ 50,00 de Mobilidade para Home Office? Três toques na tela e pronto, é instantâneo. Quer consultar o histórico de transações para entender onde está gastando mais? Tudo ali, filtrado por categoria, com data, local e valor. Alguns apps até oferecem gráficos que mostram seu padrão de gastos ao longo do mês.

Tem conta para pagar? Vários cartões já permitem gerar boleto ou pagar diretamente pelo app usando o saldo de Home Office. É o nível de praticidade que as pessoas esperam em 2025 — o mesmo que já têm no seu banco digital ou app de investimentos.

4. Mais autonomia = mais satisfação

Os números confirmam o que a intuição já dizia: embora 57% dos profissionais estejam satisfeitos com os benefícios atuais (o que é uma taxa relativamente alta), impressionantes 84% gostariam de poder escolher benefícios de acordo com suas necessidades individuais. Mas aqui está o problema: apenas 21% têm essa possibilidade hoje.

Esse gap enorme entre o que as pessoas querem e o que recebem gera frustração silenciosa. O colaborador não vai necessariamente reclamar ou pedir demissão por causa disso, mas aquele sentimento de "minha empresa poderia me entender melhor" vai se acumulando. Com o tempo, isso afeta o comprometimento, a defesa da marca empregadora e até a produtividade.

O cartão multibenefícios resolve exatamente esse gap. Quando você pergunta "o que você precisa esse mês?" em vez de impor "você vai receber isso", a mensagem implícita é poderosa: "Confiamos em você. Você sabe melhor do que ninguém o que faz sentido para sua vida."

A Batalha das Bandeiras: Quem são os Players do Mercado?

O mercado brasileiro de benefícios movimenta R$ 150 bilhões anualmente, e está dividido entre as empresas tradicionais que dominaram o setor por décadas e as startups que chegaram sacudindo tudo.

Vamos fazer um panorama honesto e imparcial.

As Startups Inovadoras

Flash Benefícios

  • Bandeira: Mastercard
  • Diferenciais: Interface moderna, taxa zero para a empresa em alguns planos
  • Público-alvo: PMEs que querem praticidade
  • Ponto de atenção: Segundo análise de mercado, a Flash tem dificuldades em comunicar um grande diferenciador único

Caju

  • Bandeira: Visa
  • Diferenciais: A Caju é empresa de arranjo aberto que opera com bandeira Visa, oferecendo enorme rede de aceitação
  • Público-alvo: Empresas que buscam flexibilidade e custo zero
  • Nota importante: A Caju passou a operar no PAT apenas em maio de 2023, conforme estabelecido pelo Decreto nº 10.854/21

Swile

  • Bandeira: Mastercard
  • Diferenciais: Posicionamento focado no colaborador, com a promessa de ser "o benefício dos sonhos"
  • Público-alvo: Empresas que querem experiência premium
  • Expansão: A empresa francesa tem investido fortemente no Brasil, considerado mercado estratégico

iFood Benefícios

  • Bandeira: Visa/Elo
  • Diferenciais: Integração com o ecossistema iFood, forte na categoria alimentação
  • Público-alvo: Empresas com funcionários que usam muito delivery

Alymente

  • Bandeira: Mastercard (recentemente migrou para Visa)
  • Diferenciais: Foi a primeira empresa a obter registro para operar com benefícios flexíveis no Brasil
  • Público-alvo: Empresas de médio porte
  • Crescimento: Projeta crescer 200% em 2025, com mais de 2.000 empresas clientes, incluindo Heineken e Nissan

As Tradicionais (Se Adaptando)

Pluxee (ex-Sodexo)

  • Histórico: Décadas de tradição no mercado
  • Adaptação: Investindo em tecnologia para competir com as startups
  • Ponto forte: Marca consolidada, ideal para grandes corporações conservadoras
  • Desafio: Experiência de usuário ainda está alguns passos atrás das startups

Alelo, Ticket e VR

  • Histórico: Dominaram o mercado por anos com arranjo fechado
  • Situação atual: Empresas tradicionais representadas pela ABBT moveram ação contra startups alegando concorrência desleal, o que gerou debate sobre práticas de mercado
  • Ponto forte: Robustez jurídica inquestionável
  • Ponto fraco: Operavam com taxas entre 6% e 10% para estabelecimentos, sendo que com o novo modelo a taxa pode cair para 2%

Como escolher o melhor para sua empresa?

A pergunta não é "qual é o melhor cartão multibenefícios do mercado?" — porque essa resposta não existe. A pergunta certa é: "qual é o melhor para o MEU contexto específico?" Vamos aos critérios práticos:

Se você é uma PME com orçamento apertado e precisa de implementação rápida:

Startups como Flash e Caju são suas melhores apostas. Elas oferecem taxa zero em vários planos (a empresa não paga nada, apenas o estabelecimento), processo de contratação 100% digital que leva dias (não meses), e suporte ágil via chat. O onboarding é pensado para empresas que não têm um departamento de RH inteiro — você mesmo consegue configurar tudo seguindo tutoriais simples. O custo-benefício é imbatível se você tem entre 10 e 200 funcionários e quer algo que "simplesmente funcione" sem burocracia.

Se você é uma grande corporação conservadora que valoriza histórico e robustez:

Pluxee, Alelo ou VR são escolhas mais naturais. Essas empresas operam no mercado há décadas, passaram por incontáveis auditorias fiscais e trabalhistas, e têm estrutura jurídica sólida comprovada. Se você trabalha em um banco, órgão público ou empresa de capital aberto onde compliance é absolutamente não-negociável e qualquer deslize pode virar notícia, o prêmio de risco de trabalhar com uma marca tradicional vale a pena. Sim, você vai pagar um pouco mais e a interface não será tão moderna, mas dormirá tranquilo.

Se você quer o melhor UX para seus colaboradores e isso é prioridade:

Swile e Caju lideram disparado em experiência de app e interface moderna. Os colaboradores vão abrir o aplicativo e a experiência será comparável ao Nubank ou Spotify — intuitiva, bonita, rápida. Se sua empresa compete por talentos tech ou tem uma força de trabalho jovem que valoriza experiência digital, esse é um diferencial real. A taxa de adoção do app nesses casos chega perto de 100%, enquanto apps de empresas tradicionais frequentemente ficam na casa dos 60-70%.

Se você precisa de compliance rigoroso mas também quer tecnologia moderna:

Aqui está o ponto interessante: todas as empresas citadas são regulamentadas pelo Banco Central e possuem registro ativo no PAT. A diferença é que as tradicionais têm mais histórico de auditorias já superadas. Se você está em um setor regulado (saúde, financeiro, educação com recursos públicos), vale consultar seu departamento jurídico ou compliance sobre qual fornecedor eles preferem. Muitas vezes, a decisão já está meio tomada baseada em políticas internas de fornecedores homologados.

Passo a Passo para Implementar na Sua PME

Decidiu modernizar os benefícios da empresa? Ótimo! Mas por onde começar?

Etapa 1: Defina o Budget Total

Primeiro, calcule quanto você consegue investir por colaborador mensalmente.

Exemplo realista:

  • Empresa com 30 funcionários
  • Budget mensal: R$ 800,00 por pessoa
  • Investimento total: R$ 24.000,00/mês

Dica de ouro: Não compare apenas com o que você paga hoje. Compare com o custo total de gerenciar múltiplos fornecedores (incluindo o tempo do RH).

Etapa 2: Configure as "Gavetas" (Categorias)

Agora você precisa decidir como dividir esse valor. Aqui está uma sugestão baseada no mercado:

Opção 1: Modelo Conservador (Compliance total)

  • R$ 500,00 → Alimentação/Refeição (travado, PAT)
  • R$ 200,00 → Mobilidade (flexível)
  • R$ 100,00 → Saúde/Bem-estar (flexível)

Opção 2: Modelo Equilibrado

  • R$ 400,00 → Alimentação/Refeição (travado)
  • R$ 150,00 → Mobilidade
  • R$ 150,00 → Home Office
  • R$ 100,00 → Cultura/Educação

Opção 3: Modelo Flexível (Máxima liberdade)

  • R$ 500,00 → Alimentação/Refeição (travado, não dá para fugir)
  • R$ 300,00 → Saldo Flexível (colaborador escolhe entre Mobilidade, Saúde, Cultura, Home Office)

Atenção: Lembre-se que o saldo de Alimentação/Refeição SEMPRE precisa estar separado e travado para manter os benefícios fiscais do PAT.

Etapa 3: Escolha o Fornecedor

Use estes critérios para decidir:

Checklist de avaliação:

  • Registro ativo no PAT (verifique no site do Ministério do Trabalho)
  • Tecnologia de bloqueio por MCC (para garantir compliance)
  • Taxa de administração (muitas startups oferecem R$ 0,00 para a empresa)
  • Qualidade do app (peça para testar na demo)
  • Suporte responsivo (teste mandando perguntas antes de fechar)
  • Bandeira do cartão (Visa e Mastercard têm mais aceitação)
  • Prazo de ativação dos cartões

Fuja de empresas que:

  • Não têm registro no PAT
  • Não conseguem explicar claramente como funciona o bloqueio de categorias
  • Cobram taxas ocultas (leia TODO o contrato)
  • Têm avaliações muito negativas sobre suporte

Etapa 4: Onboarding e Treinamento

Esta etapa é crítica e muitas empresas erram aqui.

O que fazer:

1. Comunicação clara (antes mesmo dos cartões chegarem)

Envie um e-mail ou vídeo explicando:

  • O que vai mudar
  • Por que essa mudança é boa
  • Como funciona cada categoria
  • Quando os cartões vão chegar

2. Treinamento do time

Faça uma reunião (pode ser online) explicando:

  • Como instalar o app
  • Como consultar saldos
  • Quais são as regras de cada categoria (principalmente Alimentação/Refeição)
  • Como transferir entre categorias permitidas
  • O que fazer se o cartão for recusado

3. Crie um FAQ interno

Prepare respostas para as perguntas mais comuns:

  • "Posso usar o saldo de refeição no mercado?" (Não, são contas separadas)
  • "Posso sacar o dinheiro?" (Não, exceto saldo livre)
  • "O que acontece com o saldo no fim do mês?" (Depende da política da empresa)
  • "Onde é aceito?" (Qualquer lugar que aceite a bandeira do cartão, dentro da categoria)

4. Canal de suporte dedicado

Nos primeiros 30 dias, tenha alguém do RH disponível para tirar dúvidas rapidamente.

Etapa 5: Monitore e Ajuste

Depois de 90 dias, faça uma avaliação:

  • Os colaboradores estão usando todos os saldos?
  • Alguma categoria está sempre sobrando?
  • Há reclamações recorrentes?
  • O fornecedor está entregando o prometido?

Ajuste as proporções se necessário. Benefícios flexíveis são, por definição, ajustáveis!

Conclusão: O Futuro é Flexível (e Já Chegou)

Vamos ser diretos: não tem mais volta.

O modelo antigo de benefícios corporativos — aquele com dez cartões diferentes, redes fechadas, zero flexibilidade — está morrendo. E morrendo rápido.

Pesquisa da Onhappy revela que 62,87% das empresas brasileiras planejam aumentar o orçamento para benefícios em 2025, com 22,8% pretendendo fazer um aumento significativo no valor.

Por quê? Porque as empresas finalmente entenderam que colaboradores satisfeitos não são um "custo" — são um investimento que retorna na forma de produtividade, retenção e qualidade de entrega.

E os colaboradores? Esses não aceitam mais ser tratados como peças intercambiáveis. Eles querem — e merecem — autonomia para gerenciar seus próprios benefícios da forma que faz mais sentido para suas vidas.

O cartão multibenefícios é a ferramenta que torna isso possível, sem abrir mão da segurança jurídica que sua empresa precisa.

Recapitulando os pontos cruciais:

Os saldos de Alimentação/Refeição SEMPRE devem estar separados e travados

Não existe meio-termo aqui. Se você tentar flexibilizar esses valores ou permitir saques, está cometendo fraude fiscal deliberada. As consequências vão desde perda de incentivos fiscais até multas pesadas da Receita Federal. A tecnologia moderna já faz esse bloqueio automaticamente através do MCC, então não tente ser "criativo" — simplesmente não vale o risco jurídico. Configure corretamente desde o início e durma tranquilo.

As startups trouxeram inovação real, mas as tradicionais ainda têm seu espaço

O mercado não é binário (novo = bom, antigo = ruim). As fintechs como Flash, Caju e Swile revolucionaram a experiência do usuário, derrubaram taxas abusivas e forçaram o mercado inteiro a evoluir — isso é inegável. Mas empresas como Pluxee, Alelo e VR têm décadas de histórico, relacionamento com órgãos reguladores e estrutura de compliance que inspira confiança em corporações conservadoras. Ambos os modelos coexistem porque atendem necessidades diferentes. Escolha baseado no seu contexto, não em preconceito contra "startup" ou "empresa antiga".

O novo decreto de 2025 tornou o mercado mais transparente e competitivo

O Decreto 12.712/2025 foi um divisor de águas: taxa máxima de 3,6% para estabelecimentos, interoperabilidade obrigatória entre bandeiras em até 360 dias, e prazo de repasse reduzido para 15 dias. Isso significa que tanto empresas quanto estabelecimentos comerciais saem ganhando. Se você está negociando contrato novo, use essas regras como referência para não aceitar condições abusivas. O mercado está mais regulado e mais justo agora.

Flexibilidade não significa falta de controle — a tecnologia garante compliance automático

Este é o grande medo de muitos gestores: "se eu der flexibilidade, vou perder o controle e ter problemas fiscais". A resposta é: não, se você usar as ferramentas certas. A tecnologia de MCC (Merchant Category Code) identifica automaticamente onde a compra está sendo feita e bloqueia transações inadequadas. Você pode dar autonomia ao colaborador SEM abrir mão da segurança jurídica. É o melhor dos dois mundos, desde que você escolha um fornecedor confiável com essa tecnologia implementada corretamente.

97% dos profissionais consideram benefícios na hora de aceitar uma proposta

Segundo pesquisa da Robert Half, benefícios corporativos não são mais "algo a mais" — são parte fundamental da decisão de aceitar ou recusar um emprego. Se você está perdendo candidatos bons para concorrentes, talvez não seja só uma questão de salário. Benefícios modernos e flexíveis se tornaram expectativa básica, especialmente para profissionais qualificados. Empresas que ainda oferecem apenas o "pacote básico engessado" estão competindo com uma mão amarrada nas costas.

Sua empresa está pronta para dar esse passo?

Se você chegou até aqui, já sabe que o cartão multibenefícios não é apenas uma "tendência passageira" — é a nova realidade do mercado de trabalho brasileiro.

A única pergunta que resta é: você vai liderar essa mudança na sua empresa ou vai esperar até ser obrigado a correr atrás?

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